16 de dezembro de 2010

Wikileaks, por favor, revele-nos os arquivos da ditadura.

Nessa semana a OEA (Organização dos Estados Americanos) condenou o Brasil por não ter investigado os crimes cometidos por militares durante a Guerrilha do Araguaia. A decisão foi tomada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e determinou a punição dos torturadores e assassinos que agiram contra os guerrilheiros. Enquanto isso, não há pressão nenhuma de nossa imprensa contra a justiça brasileira, muito menos ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que depois da sentença tratou rapidamente de acalmar os ânimos dentro das Forças Armadas, explicando a imprensa que o Brasil é um país pacífico e avesso a conflitos.
Com o Governo Lula, liderado pelo PT, se esperava uma ofensiva clara em direção a punição de criminosos da repressão. Até ensaiou-se decretar as linhas gerais traçadas pelo 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, no inicio de 2010, onde se previa a criação de uma comissão da verdade para apurar os crimes da "repressão política" da ditadura militar. Foi o que bastou para desatar a fúria da direita e da mídia, que acusaram a medida de fomentar o "revanchismo", e o Governo Lula recuou.
Os crimes bárbaros que a ditadura cometeu permanecem impunes porque o Brasil teme os militares e sua própria imprensa teve participação efetiva não somente na omissão dos crimes, como também na prática dos mesmos.
Uma pena. Até porque, ainda hoje ninguém sabe o destino dos desaparecidos, onde estão enterrados, quem os matou e por quê.
O governo Lula termina silencioso a esse respeito. Dilma, que sofreu o diabo nas mãos dos militares não pode seguir pelo mesmo caminho. Enquanto isso não vir a tona, resta-nos esperar pela coragem dos diretores do WikiLeaks para que estes crimes sejam revelados algum dia em nosso país.

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